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NAZISMO NACIONAL? SINAIS DO FIM?



Acordei com disposição hoje. Fui cumprir meus compromissos, mas não sei por onde começar a descrever... o sentimento é de desânimo, tristeza, desespero; o consolo é saber que não tarda aquele momento em que não faremos mais parte dos negócios deste mundo. Bem, não sou nazista, não sou fascista, não sou comunista, não sou PETISTA! Sou um cidadão brasileiro e procuro exercer minha cidadania, buscando ser coerente dentro deste sistema. Quem me conhece melhor sabe que questiono muito as coisas, tenho pontos de vista muitas vezes contrários e sou chamado pelos mais íntimos de chato, do contra. No entanto, tenho como princípio o respeito (na prática) e, como educador, aprimorei muito mais o exercício do respeito à opinião e ao ponto de vista do outro. O que sofri hoje me entristeceu muito.


A ATUAL SITUAÇÃO POLÍTICA DO NOSSO PAÍS TEM GERADO MUITAS DISCUSSÕES, e muitas delas revelam um sentimento do povo e dos jovens brasileiros, que, em sua maioria, apenas repetem o que ouvem, sem muita propriedade de nada. Muito assustador, isso me fez pensar em algumas coisas: o que nos torna vítimas ou opressores é apenas a circunstância mesmo? Ou somos opressores por natureza, por falta de oportunidade? Somos capazes de justificar em nossas consciências um holocausto? Um extermínio, uma violência gratuita?...

Em um almoço hoje, o assunto começou quando disseram que vivemos um momento de intolerância entre as pessoas, pois não há respeito com as opiniões alheias. Foi quando eu disse: "Sim, concordo!" e dei um exemplo. Disse o seguinte: eu não sou petista, mas votei na Dilma e na verdade não achei correto o que fizeram em relação ao impeachment, pois os corruptos continuam no poder e isso vai favorecer uns e desfavorecer outros. Eu apostaria em uma reforma política para o bem de todos e não nisso, etc. Não demorou muito para eu ser ofendido. A jovem na mesa começou dizendo que eu era petista, que falava como petista e andava como petista, e que petista era tudo idiota, que não serviam para nada e que tinham que apanhar e morrer. Aí respondi: "...você está brincando, né? Você está me chamando de idiota, diz que eu tenho que apanhar e morrer? Você nem me conhece! Como assim?" Ela disse que era aquilo mesmo. Fiquei abismado e falei que o pensamento dela era preocupante. Afirmei: "Eu não sou petista, só acho que o que está acontecendo na política do país não é certo." Mas a jovem se manteve com ódio para o meu lado, dizendo que petista não serve para nada, nem mesmo para servir de cobaia. Indignado, eu disse que aquele sentimento dela era muito semelhante ao dos alemães nazistas que, ao pregarem que os judeus eram a causa da desgraça econômica do país, começaram a exterminar todos eles. Olhei para o namorado dela que estava na mesa e disse: "Isso é preocupante, é o mesmo sentimento dos jovens nazistas na Segunda Guerra. Hitler pregava isso!" Disse para ela que, se quisesse, poderia aproveitar para me bater, já que pensava aquilo de mim (considerando que ambos treinamos Krav Magá na mesma academia). Terminei o dia triste e pensativo. Em que país estou vivendo? Que tipo de gente está se formando no meio social? Que ideologia é essa? Que jovens são esses? Onde vamos parar? O nazismo não está limitado somente ao passado; parece vivo no íntimo dos intolerantes. Nazismo é, sim, sinônimo de intolerância. Gente! Independentemente de qualquer coisa, devemos nos respeitar, ser tolerantes... A intolerância só cabe à intolerância, pois a mesma é um câncer e nos impede de ter saúde, e não devemos aceitá-la. Estamos vivendo em um Brasil doente! Ser de direita ou esquerda, comunista ou capitalista, petista ou de qualquer outro partido, judeu ou cristão, crente ou ateu... Não é motivo para assumir uma postura doentia. Devemos, acima de tudo, nos ver como seres humanos, longe de alimentarmos um sentimento tão hostil e maligno no peito. Respeito, dignidade, cidadania e não a violência. Detalhe no final de tudo: alguém me disse que a jovem enfurecida era judia. Conhecendo a história desse povo, fiquei mais triste e confuso ainda.

Thiago de Lacerda Ferreira


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