TODA MILITÂNCIA TENDE A SER BURRA
"Toda militância tende a ser burra" seja ela ateísta, religiosa ou política."
A controvérsia em torno do ateísmo militante suscita questionamentos pertinentes, embora devamos abordar o tema com uma análise crítica. A impressão de que se trata de uma tendência adolescente, fundamentada em crises existenciais, persiste. Muitas críticas ateístas são, de fato, válidas e instigantes, contudo, é evidente uma inclinação à limitação em discussões produtivas. O espaço para deboches, especialmente em novos militantes que replicam ideias sem reflexão, é notável.
Comparar um ateu a um crente religioso, ressaltando a semelhança de suas comunidades, destaca uma ironia intrínseca. A sugestão de que agnósticos são mais coerentes adiciona uma perspectiva intrigante, questionando se a moderação não seria uma abordagem mais equilibrada.
O cerne da crítica reside na natureza fechada da militância, que frequentemente rejeita o contraditório e se fecha a absurdos e possibilidades em nome de convicções pré-estabelecidas. No entanto, é crucial lembrar que muitas questões teológicas, filosóficas e científicas permanecem em aberto, desafiando a simplicidade do deboche generalizado.
Outro ponto de reflexão é a superficialidade em algumas críticas, como aquelas direcionadas às narrativas da Bíblia cristã. Aqui, observamos a falta de profundidade e conhecimento real, com críticas baseadas em trechos isolados e desprovidas de uma hermenêutica e exegese adequadas, o que compromete a validade das argumentações.
Ao alertar sobre militâncias, sejam ateístas, religiosas ou políticas, a intenção não é defender uma perspectiva específica, mas sim promover a consciência crítica. Reconhecer a propensão de toda militância à estreiteza de visão é um convite à reflexão, destacando a necessidade de diálogo construtivo e abertura a perspectivas divergentes. Em última análise, a crítica persiste como uma ferramenta valiosa, mas é fundamental aplicá-la com profundidade e discernimento.
Thiago de Lacerda Ferreira